As negociações entre o banco liderado por Jorge Tomé e o Estado ainda não começaram. Para já há uma proposta.
Ainda não passa de uma proposta, que nem sequer começou a ser discutida com os representantes do Ministério das Finanças, ao contrário do que tem estado a acontecer com o Millenium BCP e com o BPI. Mas está já previsto que o Estado se torne temporariamente accionista do Banif com uma percentagem que pode variar entre os 35% e os 40%. Esta é a perspectiva descrita no plano de capitalização do Banif, segundo fontes ligadas ao processo.
Esta estimativa resulta de uma proposta de aumento de capital, por emissão de novas acções, no valor de 400 milhões de euros, dos quais 150 milhões seriam injectados pelos accionistas privados e 250 milhões subscritos pelo Estado, no âmbito do plano de capitalização em curso. Neste cenário o Estado ficaria, após aumento de capital, com uma percentagem significativa do banco das herdeiras de Horácio Roque. Desta forma o Estado deverá nomear administradores não executivos para o ‘board’ do banco. A ideia é que o Estado saia do capital do Banif no fim do Programa de Assistência Económica e Financeira, ou seja, no fim de 2013.
A percentagem exacta de capital que o Estado vai deter vai no entanto depender do preço a que as novas acções serão subscritas. E vai ainda depender da disponibilidade dos accionistas privados, com quem a gestão do banco não iniciou negociações. Como confirmou o novo presidente executivo: “Vamos ter de negociar com o Estado e com os próprios accionistas privados e o que estamos a prever é que haja um recurso de accionistas privados da ordem dos 100 a 150 milhões de euros, um recurso à linha de capitalização do Estado da ordem dos 350 milhões de euros e, dentro desses 350 milhões de euros, aquilo que nós estamos a prever é uma linha de capital de 250 milhões de euros e uma linha de capital contingente de 100 milhões de euros”, disse Jorge Tomé à Lusa.
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